Algo que com frequência vem acontecendo,
Sei que pode muito parecer
E que você achou que viu sangue escorrendo,
Mas o caso é bem mais simples
Pois aqui só temos alguém derretendo.
Apresento-lhes Casquinha de Morango
O sorvete que aos poucos vamos conhecer.
Sob o quente sol de uma tarde
Deitado, vai-se aos poucos escorrendo,
Ao chão do parque entre flores
Casquinha de Morango vai aquecendo.
Sobre o gramado respingado
Com aspecto de algo sangrando
Tinge o verde em tom de vermelho
Enquanto, para frente e para trás, vai balançando.
E numa noite em que passa sonhando
Casquinha de Morango acorda babado,
No chão deixou sua cabeça pingando
E o pé, ao pisar, todo melado.
E enquanto toma um banho ensaboado
A consistência do seu derretimento
Em água é misturada,
Termina o seu dia cantando
E por onde passa deixa a casa respingada.
Conhecemos assim Casquinha de Morango
Que, ao contrário do que deve ter pensado
Não passou a semana sangrando,
É tudo apenas questão de vista
E apesar de estar sempre de desintegrando,
O sorvete vai levando sua vida, aproveitando.
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